Sem dúvida alguma, a
constelação de Órion é uma das mais belas do firmamento e junto ao Cruzeiro do
Sul é uma das primeiras que aprendemos a reconhecer desde pequenos. Além das
"Três-Marias", Órion também abriga a conhecida Betelgeuse, uma supergigante
vermelha que a cada dia se torna mais fascinante e perigosa (clique na imagem
ao lado para ampliá-la). Betelgeuse não é uma estrela qualquer. Além de ser uma
das mais brilhantes do céu noturno, Betelgeuse é também uma das maiores
estrelas conhecidas, superando em mil vezes o tamanho do nosso Sol.
Seu brilho é tão intenso
que seriam necessários mais de 100 mil sóis para igualar sua luminosidade. No
entanto, toda essa grandiosidade tem um preço e Betelgeuse está próxima de seu
fim. A estrela consome violentamente sua massa e quando seu combustível se
esgotar explodirá em uma supernova tão intensa que poderá ser vista da Terra
até mesmo durante o dia.
Nesta semana, cientistas
europeus ligados à Organização Astronômica Europeia para o Hemisfério Sul, ESO,
revelaram mais uma faceta dessa supergigante e descobriram que a perda
constante de massa estelar criou uma gigantesca pluma de gás do tamanho do
Sistema Solar. Além disso também descobriram uma gigantesca bolha que parece
flutuar sobre a superfície da estrela.
A descoberta da trilha de
gás foi feita através do instrumento NACO de ótica adaptiva, que combinado a
outras técnicas instrumentais permitiu aos cientistas obterem a mais nítida
imagem de Betelgeuse até hoje feita. A nitidez atinge o limite teórico para um
telescópio de 8 metros
de diâmetro que é de 37 miliarcossegundos, equivalente a enxergar uma bola de
tênis a 400
quilômetros de distância.
As observações, feitas com
o telescópio VLT nos andes chilenos, revelaram que o gás da atmosfera de
Betelgeuse se move vigorosamente para cima e para baixo e que a bolha formada é
tão grande quanto a estrela. As primeiras observações indicam que a ejeção da
gigantesca pluma é consequência direta desses movimentos em larga escala.
Para ver a supergigante
vermelha basta localizar a constelação de Órion e se orientar pela carta
celeste mostrada abaixo (clique para ampliar). Nessa época do ano
(julho/agosto) a constelação nasce aproximadamente às 3h30 da madrugada e fica
visível até os primeiros raios de Sol. Durante os meses de fevereiro e março,
Órion pode ser vista no céu durante quase toda a noite a partir das 19 horas.
Nota: A constelação de
Órion sempre atraiu a atenção dos adventistas devido a esta declaração de Ellen
White, escrita há mais de cem anos: "A 16 de dezembro de 1848, o Senhor me
deu uma visão acerca do abalo das potestades do céu. (...) Nuvens negras e
densas subiam e chocavam-se entre si. A atmosfera abriu-se e recuou; pudemos
então olhar através do espaço aberto em Órion, donde vinha a voz de Deus. A
santa cidade descerá por aquele espaço aberto" (Vida e Ensinos, p. 110;
Primeiros Escritos, p. 41).
Na década de 1950 (quase
vinte anos antes da ida do homem à Lua), o professor Julio Minham, membro da
Associação Brasileira de Astronomia, escreveu um livro chamado Maravilhas da
Ciência que foi publicado pela Associação Brasileira de Astronomia. Nele, à
página 281, Minham constata: "Uma escritora americana, Ellen G. White, que
nada sabia de astronomia e que provavelmente nunca ouvira falar da Nebulosa de
Órion, em um de seus livros traduzido para o português com o título de Vida e
Ensinos, depois de comentar essa luminosidade escreveu [e ele cita o texto de
Ellen White].
Isso dito assim tão
simplesmente por quem nunca olhou um livro de astronomia, nem sonhava com buracos
em parte alguma do céu, só pode ser creditado a dois fatores: histerismo ou
inspiração. Para ser histerismo, parece científica demais a afirmação de que
toda uma cidade, a Nova Jerusalém, tenha livre passagem pelo túnel de Órion. A
escritora não sabia do túnel, nem que ele é tão largo a ponto de comportar
noventa sistemas solares. Terá sido revelado a essa escritora uma verdade que
os astrônomos não puderam descobrir? A palavra "Betelgeuse" significa
"porta da casa de Deus". Coincidência?
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